domingo, 21 de agosto de 2022

Por iniciativa da vereadora Natália Duda, nova Ponte Metálica levará o nome de Domingos Gangá

 

Na sessão da Câmara realizada quarta-feira, 17, a vereadora Natália Duda (MDB) obteve a aprovação do Projeto de Lei nº 1517/2022 que denomina de Domingos Gangá, a nova Ponte Metálica que liga o bairro Trizidela ao Centro da cidade de Bacabal.

O texto, foi aprovado por unanimidade.

Maria Ides de Souza, a conhecida “Dona Dedé”, fez um agradecimento pelo reconhecimento do trabalho em memória do seu marido. “Estou muito feliz e grata por tudo que aconteceu aqui hoje. Pela vereadora Duda que fez esse projeto e eu estou muito satisfeita e emocionada, e, agradeço a todos vocês, os vereadores que estão aqui”.

“Gratidão a Deus por esse momento, esse reconhecimento da vereadora Natália Duda que foi autora desse projeto, agradecer a ela, a família Medeiros, o ex-vereador Jonas, e eu estou muito feliz por essa homenagem em memória do meu pai que muito contribuiu com o progresso do nosso Município”, disse Dominguinhos Gangá, filho do homenageado.  

Para a vereadora Natália Duda, o sentimento era de gratidão por ter conseguido destacar mais um ilustre morador da Trizidela. “A sua história, deixou a sua marca e a sua família é um exemplo disso. Eu agradeço a todos os colegas vereadores por aprovarem essa proposição e em breve quando for entregue a nova Ponte Metálica, o nome Domingos Gangá ficará ali eternizado naquela obra importante para Bacabal e principalmente, para os moradores da Trizidela, onde seu Domingos fez história”.

Quem foi Domingos Gangá?

No dia 10 de março de 1940, sob os tradicionais saberes da parteira Mãe Genaura, nasce Domingos Silva Andrade da Cunha, o primeiro filho do casal Edite Silva Cunha e Raimundo Andrade da Cunha, ambos conhecidos por Dona Edite e Raimundinho Gangá. Em sua juventude, herda de seu pai o pseudônimo Gangá, ficando socialmente conhecido por toda cidade de Bacabal como Domingos Gangá.

Domingos Gangá juntamente com seus irmãos, tiveram suas infâncias baseadas na dinâmica estabelecida entre os ofícios do comércio de seu pai, este, localizado no cruzamento entre a Rua Dom Pedro II com a Travessa 15 de novembro, as aulas da famosa escola da professora Alice Mendes, e mais tarde, do colégio Osvaldo Aranha.  Destaca-se o Rio Mearim, enquanto um ponto em comum a todo o seu processo de socialização, a começar da infância, pois é na beira do rio que brincadeiras, atividades recreativas e de trabalho eram realizadas. Em sua história, o Rio Mearim sempre vai ser destacado como um dos principais pontos de encontros para a socialização.

Em meio as atividades de comércio, Domingos Gangá vivenciou atividades profissionais diversas, a exemplo de sua passagem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE durante sua juventude, mas foi o ofício de comerciante que mais pesou em seu projeto de vida. É a partir desta escolha, que Domingos Gangá ganha autonomia para montar, sob a orientação de Raimundinho Gangá, seu sábio pai, o seu próprio comércio no Bairro Trizidela, bairro este também localizado nas proximidades do Rio Mearim. Nota-se que o Rio Mearim sempre vai ser um ponto de referência em sua trajetória de vida, seja como ponto de referência ou mesmo como berço de construção de sua vida.

Os anos que sucederam a sua chegada no bairro Trizidela, no ano de 1957, foram decisivos para a constituição de sua família. Conhecendo a jovem Maria Ides de Souza, hoje conhecida como dona Dedé, Domingos Gangá, logo teve a sua primeira filha, Tânia Maria, nascida no ano de 1963. Mais tarde, nasce Domingos Filho, Sandra Maria, Sônia Maria e Gilson Andrade, filhos que hoje mantém o fruto da união entre Seu Domingos Gangá e Dona Dedé vivos a partir de vários netos, netas, bisnetos e bisnetas. Além de familiares consanguíneos, Domingos Gangá possui inúmeros filhos de consideração, afilhados de batismo, tais relações consistem em uma marca de solidariedade, que ganha força em depoimentos que narram os caminhos de oportunidades oferecidas a filhos de amigos que moravam em outras cidades, povoados da zona rural ou do bairro que até os últimos dias de vida fazia questão de lembrar, o Bairro Trizidela.

Como se não bastasse os afazeres referidos ao seu comércio localizado na Avenida dos Araújos, Domingos Gangá, dedicou tempo ainda, à presidência da Liga Esportiva Bacabalense, organizando campeonatos municipais, à presidência da escola de samba denominada Salgueiro do Samba, à Igreja de São Pedro e também à presidência da União Artística Operária Bacabalense.

 A vontade de fazer acontecer era o combustível para assumir tantos desafios em favor do esporte, cultura, lazer em reconhecimento àqueles e àquelas que faziam a base trabalhadora da sociedade bacabalense. Para tanto, vários nomes estiveram ao seu lado para que fossem possíveis realizar tantos feitos e oferecer muitas oportunidades. Dentre tais nomes, pode-se destacar o de João Alberto de Souza, amigo pessoal com quem tantos feitos planejou para que ações fossem realizadas. Além disso, foi João Alberto quem ofereceu suporte para que Domingos Gangá pudesse receber de seu filho, Dominguinhos Gangá, um rim em decorrência de complicações. O transplante renal foi realizado na capital Federal, Brasília, no ano de 2001, dando a Domingos Gangá uma nova fase de sonhos e partilha com sua família. Sua trajetória de vida, materialmente interrompida no dia 13/11/2019 com seu falecimento, teve diversas marcas, das quais, o amor ao próximo, à sua família e ao seu bairro Trizidela, nunca será esquecido por aqueles que conheciam ou conhecem por meio de histórias contadas por todo o Brasil, onde Domingos Gangá cultivou amigos, admiradores e familiares.

A oportunidade em nomear uma obra de tamanha importância aos moradores do Bairro Trizidela e a todos que possuem relação com este importante bairro, ajudará a eternizar a memória daquele que muito dedicou sua vida a levar solidariedade e oportunidade aos filhos deste bairro. Além disso, será uma homenagem a todos e todas que juntamente com Domingos Gangá, lutaram por levar o nome da querida Trizidela acima de qualquer preconceito ou discriminação, sempre lembrando que Trizidela não tinha lado, mas moradores e famílias trabalhadoras que muito fizeram, fazem e irão fazer pelo desenvolvimento de Bacabal.

Texto e fotos:

Wanderson Ricardo

 

 

 

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