Do Portal CUXA - A Universidade Federal do
Maranhão, campus Bacabal, realizou nos dias 28, 29 e 30 de agosto o III CONIL
(Congresso Internacional de Letras), que teve por tema LÍNGUA E LITERATURA EM
TEMPOS DE RESISTÊNCIA, um evento que propôs diálogos a respeito da
transdisciplinaridade no meio acadêmico, assim como proporcionar uma visão mais
ampla para a sociedade a respeito de temáticas muitas vezes esquecidas ou pouco
discutidas. Destacaram-se as abordagens em: língua e literatura indígena,
literatura negra, literatura homoafetiva, identidade, multilinguismo e variação
linguística, dando maior visibilidade para a Universidade situada no interior
do estado.
O CONIL, é uma continuação e
ampliação do Colóquio Internacional de Letras (I CIL) que aconteceu no ano de
2016 com a temática “Linguagem e Diversidade Cultural” que pode contar com um
número significativo de inscritos, em seguida houve a modificação da
nomenclatura, transformando o colóquio em um congresso, ocorrendo o I CONIL no
ano de 2017 com o tema “Língua Portuguesa e suas Literaturas no Mundo”, sua
continuidade aconteceu no ano de 2018 com o II CONIL que tinha como tema “Transdisciplinaridade,
Língua Portuguesa e Literatura”. Através de uma visão positiva sobre a recepção
desse evento, a coordenação do curso de Letras da Universidade Federal do
Maranhão (UFMA) percebeu a grande importância e o número crescentes de
inscritos que resultou na consolidação do evento na região, assim como no país.
Durante essas edições do
evento, passaram-se docentes, discentes e pesquisadores de várias localidades
do Brasil, como também de outros países, podendo-se destacar: Cabo Verde,
Portugal, França, dentre outros lugares. Na última edição, Bianca Cristina
Vieira, graduanda do curso de Letras da Universidade do Estado do Amazonas
(UEA), ficou encantada com a recepção, e pela experiência adquirida. “É um
evento internacional que teve uma temática de muita valia, principalmente para
o contexto em que nos encontramos, sendo importante mostrar e dar visibilidade
às pesquisas que falam sobre esses temas [de resistência], inclusive o
Congresso trouxe os mais variados temas, desde teatro e resistência, multilinguismo,
o que me deixou feliz por esses temas terem sidos colocados em voga, sendo um
Congresso que superou minhas expectativas”, destacou a estudante.
A Profª Drª Mariana
Aparecida de Oliveira Ribeiro, coordenadora do III CONIL, esclareceu para o Portal
Cuxá a relevância do evento com a temática de resistência, que se trata de uma
ressignificação da própria nomenclatura “resistir”. “Optamos por falar de
resistência, trazendo para as mesas temáticas que normalmente não são abordadas
e não tem tanto destaque no meio acadêmico como outras, não fazendo parte das
pesquisas que são consideradas hegemônicas na área, como a literatura indígena,
a língua indígenas, a não ser em eventos específicos para se tratar
especificamente dessa temática. A nossa escolha tem a ver com o lugar,
principalmente pelo contexto em que estamos, como o de Bacabal, que é uma
cidade do interior do Maranhão, pois não dá para tratarmos do nosso contexto
específico se não for a partir dessa ideia de resistência, porque nunca as
pesquisas realizadas aqui sobre a comunidade local, por exemplo, foram
abordadas, e elas mereciam destaque no âmbito nacional, por isso a nossa
insistência em resistir. Além de mostrar a importância da universidade pública,
e como ela pode fazer a diferença em seu contexto de atuação”.
Ainda foi pontuado pela
coordenadora do evento que assim como os anos anteriores, o diferencial está
pautado na temática que desperta vários debates importantes, como o que fizeram
nesta edição de 2019. “Tentamos destacar as pesquisas que não são tão evidentes
na academia e resistir defendendo a universidade pública brasileira, pois
formar um aluno na universidade não é só prepará-lo para atuar na licenciatura,
mas formá-lo como pesquisador, fazendo com que ele possa selecionar temas relevantes
para a comunidade da qual ele faz parte.”
O evento contou também com
atividades culturais, dentre elas a participação da tradicional banda Santa
Cecília, atravessando gerações a mais de 60 anos no município de Bacabal; e do
projeto e grupo de dança Krystal Rainbow, formado por jovens da comunidade
local.
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