A extinção do Pecim (Programa de
Escolas Cívico-Militares) pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) deve
ter poucos efeitos práticos na maioria das unidades da Federação. Levantamento
do Poder360 mostra que, das 27 UFs, só Alagoas confirmou que encerrará por
completo a participação de militares. Ao menos 19 pretendem manter ou readequar
o modelo e 7 ainda não decidiram.
O governo anunciou na 4ª feira
(12.jul.2023) a extinção do programa criado em 2019, durante o governo do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nele, profissionais civis eram responsáveis
pela área pedagógica das escolas enquanto militares –policiais, bombeiros ou
membros das Forças Armadas– cuidavam da parte administrativa.
Até 2022, segundo dados do
Ministério da Educação, 200 escolas em todo o país aderiram ao Pecim, com um
total de 120 mil alunos atendidos. A maior parte (54 unidades), na região Sul.
O desejo de manter o programa
funcionando, no entanto, não é só de governadores alinhados a Bolsonaro. No
Maranhão, Carlos Brandão (PSB) –eleito com o apoio do atual ministro Flávio
Dino (Justiça)– pretende manter o modelo.
Em mais de uma ocasião, Brandão
defendeu as escolas cívico-militares e disse que pretendia ampliar a
participação de militares em outros municípios. Depois do anúncio do governo
federal, seu vice Felipe Camarão (PT) disse em seu perfil do Twitter que o
governo agiu corretamente.
Quando perguntado por seguidores
sobre as ações do governo estadual para acabar com o modelo implementado pelo
MEC no governo anterior, Camarão disse que nenhuma ação foi tomada. Afirmou, no
entanto, que discorda da continuidade do programa. O Corpo de Bombeiros e a
Polícia Militar mantêm oito Colégios Militares espalhados pelo Maranhão que
seguem a doutrina definida pelo CBMMA e PMMA, com apoio da Secretaria de Estado
da Educação(Seduc).
“Não aceitamos a implantação no
governo anterior. Temos modelos de escolas militares, vinculadas à nossa PM e
CB. Oito no total. Excelentes, por sinal. Mas seguem um modelo diferente do
proposto pelo (des)governo anterior. O governo local manterá as relações das
escolas municipais com a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, apesar de não
ser a prioridade na área da Educação”, declarou Camarão. (John Cutrim / Poder
360)
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