O programa ‘Diário da Manhã’, da Rádio Assembleia (96,9 FM),
recebeu, nesta quinta-feira (27), o professor de História Getúlio Bessa, que
falou sobre os 200 anos da adesão do Maranhão à Independência do Brasil.
Ele afirmou que, apesar de ser uma data não muito lembrada por grande
parte da população, foi um momento importante para a história do Maranhão.
“Se formos às ruas de São Luís e perguntarmos para as pessoas
qual o motivo do feriado, poucos saberão dizer. Foi um processo que envolveu
atores sociais que a historiografia oficial buscou esconder. Tivemos a
participação de pessoas de segmentos populares, mas que são pouco lembradas.
Então, teve uma feição elitista, que buscou esconder a participação do povo no
processo”, destacou Getúlio Bessa.
No bate-papo com os jornalistas Ronald Segundo
Gregório Dantas, o professor também disse que a história do Maranhão ainda
não é tão valorizada, e que a adesão posterior do estado à Independência teve
sua gênese em um processo mais complexo, como o caso da Balaiada.
“Quando a gente estuda a adesão do Maranhão à Independência
isso fica muito claro que a raiz da Balaiada, que foi uma revolta de
grande repercussão, está nesse processo”, disse.
O professor Getúlio Bessa explicou ainda que entre os motivos
que levaram à adesão está o vínculo histórico do Maranhão com Portugal.
“Pouca gente sabe disso, mas o Maranhão tinha um vínculo
histórico com Portugal. Por exemplo, durante anos, o Maranhão foi um estado
separado do resto do Brasil. As ordens que a gente recebia não vinham de
Salvador, mas diretamente de Lisboa. Segundo, é que no caso do Maranhão,
naquele momento, o poder político estava nas mãos de comerciantes portugueses,
que viviam em São Luís. Por isso, quando ocorreu o processo, ele se deu do
interior do Maranhão para a capital”, afirmou.
Ascom/Alema
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