Na primeira atualização de um
relatório produzido a pedido do Banco Mundial, o Fórum Brasileiro de Segurança
Pública (FBSP) destaca que os casos de feminicídio cresceram 22,2%, entre março
e abril deste ano, em 12 estados do país, comparativamente ao ano passado.
Porém a situação do Maranhão ainda é pior, pois houve um aumento de 166,7% dos
casos.
Intitulado Violência
Doméstica durante a Pandemia de Covid-19, o documento foi divulgado
hoje (1º) e tem como referência dados coletados nos órgãos de segurança dos
estados brasileiros.
Feminicídio
é o assassinato de uma mulher, cometido devido ao desprezo que o autor do crime
sente quanto à identidade de gênero da vítima. Nos meses de março e abril, o
número de feminicídios subiu de 117 para 143. Segundo o relatório, o estado em
que se observa o agravamento mais crítico é o Acre, onde o aumento foi de 300%.
Na região, o total de casos passou de um para quatro ao longo do
bimestre. Também tiveram destaque negativo o Maranhão, com variação de 6
para 16 vítimas (166,7%), e Mato Grosso, que iniciou o bimestre com seis
vítimas e o encerrou com 15 (150%). Os números caíram em apenas três estados:
Espírito Santo (-50%), Rio de Janeiro (-55,6%) e Minas Gerais (-22,7%).
Em
comunicado à imprensa, a entidade novamente torna públicos registros que
confirmam queda na abertura de boletins de ocorrência, evidenciando que, ao
mesmo tempo em que as mulheres estão mais vulneráveis durante a crise
sanitária, têm mais dificuldade para formalizar queixa contra os agressores e,
portanto, para se proteger.
Os
fatores que explicam essa situação são a convivência mais próxima dos
agressores, que, no novo contexto, podem mais facilmente impedi-las de se
dirigir a uma delegacia ou a outros locais que prestam socorro a vítimas, como
centros de referência especializados, ou, inclusive, de acessar canais
alternativos de denúncia, como telefone ou aplicativos. Por essa razão,
especialistas consideram que a estatística se distancia da realidade vivenciada
pela população feminina quando o assunto é violência doméstica, que, em
condições normais, já é marcada pela subnotificação.
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