terça-feira, 12 de maio de 2020

PONTO & CONTRAPONTO | BOLSONARO COMETE ERROS PRIMÁRIOS AO ATACAR FLÁVIO DINO



Ribamar Corrêa, Repórter Tempo - Ao tentar relacionar as ações do Governo do Maranhão com o que está acontecendo na Venezuela, numa provocação sem pé nem cabeça ao governador Flávio Dino (PCdoB), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu três erros políticos primários, que reafirmaram o seu perfil cada vez mais nítido de mero criador de factoides em redes sociais.

Primeiro, a relação do Maranhão com a Venezuela não faz qualquer sentido, porque, antes de qualquer ilação, os maranhenses são governados por um dirigente de esquerda e sob o mais amplo conceito do estado democrático de direito, onde a liberdade de manifestação do pensamento e de escolha é plena, com espaço para todos as vertentes ideológicas, sem restrição. Ao contrário do presidente, que dado todas as pistas de que tem ojeriza à democracia plena e que amarga a frustração de o Brasil não estar sob uma ditadura, de preferência com ele na pele do ditador. Perdeu tempo e errou feio na comparação.

Segundo, reafirma, com sua declaração fora de jeito, alimentar posição contrária ao isolamento social como a mais eficiente arma contra o alastramento do coronavírus no País. Por ele, no Maranhão o comércio deveria estar funcionando a pleno vapor, as atividades escolares – do jardim de infância à universidade – com o ano letivo em andamento, e restaurantes, bares, casas noturnas e estádios de futebol com suas rotinas de agitação.  Mesmo que isso causasse a morte de milhares. “E daí?” Perdeu a simpatia de muitos, reduzindo sua tropa de choque.

E terceiro, colocou, finalmente, o governador Flávio Dino na linha de frente dos seus adversários, reconhecendo, muito a contragosto, a eficiência do Governo do Maranhão e o prestígio político do líder maranhense.

Alguém precisa lhe dizer que São Luís não é Caracas.



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