Ribamar Corrêa, Repórter Tempo
- “Se você chega a uma entrevista coletiva e sabe pelos jornalistas o que está
acontecendo, fica claro que o presidente da República depreciou, destruiu a
autoridade do próprio ministro. Fiquei penalizado pelo ministro que ficou sem
ter o que dizer dado o absurdo da decisão do presidente”.
Com
a declaração, dada ontem à Rádio Gaúcha, o governador Flávio Dino (PCdoB)
criticou mais um gesto de irracionalidade do presidente Jair Bolsonaro, desta
vez atingindo em cheio o ministro da Saúde, Nelson Teich. O ministro soube por
jornalistas, durante entrevista coletiva, que o presidente havia incluído
barbearias, salões de beleza e academias de ginástica na lista de atividades
essenciais que devem funcionar durante a pandemia.
Milhões
de brasileiros testemunharam nos telejornais o desconcerto e o desconforto do
ministro ao tomar conhecimento da decisão presidencial, tomada sem consultá-lo
nem o comunicar. Nelson Teich ficou perplexo, sem ação, tentando dizer algo,
mas sem ter o que dizer, como se tivesse sido alvejado por um petardo, numa das
cenas mais constrangedoras das muitas montadas pelo presidente da República em
relação a ministros nos últimos tempos.
Na
entrevista, o governador do Maranhão informou que o ministro Nelson Teich já
reuniu duas vezes com os governadores do Nordeste e se mostra sempre cortês,
solícito e aberto ao diálogo em relação às demandas da crise do coronavírus no
país.
–
Além da demissão formal do (Luiz Henrique) Mandetta, temos agora essa demissão
fática do Teich, e eu espero que ele seja readmitido hoje, para que possamos
continuar mantendo um canal para tentar resolver o problema do país nessa crise
sanitária – assinalou Flávio Dino.
São
Luís, 13 de Maio de 2020.
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