O governador Flávio Dino e
pretenso candidato a presidente ou vice-presidente em 2022, admitiu em
entrevista à Revista Veja, que o PCdoB está mudando para agradar mais a
população brasileira com intuito eleitoral. Ele afirma: “Trocar a foice e o
martelo pelo verde e amarelo é uma tática eleitoral”.
Até a eleição de 2018,
sempre que questionado sobre sua opção pelo comunismo, o governador Flávio
Dino, filiado ao PCdoB, tinha uma resposta na ponta da língua: “acho a palavra
belíssima e sua cor muito viva”, e a partir daí desenvolvia um discurso para
tentar mostrar até onde o ismo dessa linha política se alinha com ismo
religioso dos seguidores de Jesus Cristo. As convicções do governador, porém,
desde que começou a vislumbrar a possibilidade de estar num palanque da disputa
presidencial em 2022, seja como cabeça de chapa ou candidato a vice, parece que
vêm perdendo gás.
Na entrevista concedida à
revista Veja, publicada na versão online, o governador não esconde a
crença de que seu partido está próximo do fim e que a beleza do vermelho não é
maior que a do verde amarelo, tampouco faz sentido nos tempos de hoje o símbolo
da foice e do martelo.
Perguntas do jornalista
Edoardo Ghiroto da revista Veja a Flávio Dino:
Deixar o PCdoB até as
eleições de 2022 é uma possibilidade?
– Acredito que, em 2021, não
só o PCdoB, mas outros partidos passarão por um período de depuração. Eu
defendo há muitos anos que façamos um processo parecido com a Frente Ampla, do
Uruguai, ou com a Concertación, do Chile. Defendo a incorporação de vários
partidos sem que haja a perda da identidade. O PCdoB vai mudar. O PCdoB de hoje
já não é o de cinco anos atrás, porque é fruto de uma fusão com o PPL. Algo
será feito em 2021. E eu estarei junto nesse movimento.
Nesse cenário de mudanças, o
senhor foi uma das vozes no PCdoB que apoiou a troca da foice e do martelo por
uma identidade visual voltada para as cores da bandeira do Brasil. Por quê?
– Trocar a foice e o
martelo pelo verde e amarelo é uma tática eleitoral. O PCdoB fará 100 anos em
2022. Ao longo do tempo, houve uma campanha muito forte de destruição da marca
do partido. O que importa é o nosso programa e o seu conteúdo. Às vezes, eu me espanto
com o espanto de que o PCdoB não pode mudar seu símbolo. Quantos partidos de
esquerda e de direita já mudaram de símbolo e de nome. No mundo do trabalho,
graças a Deus, nós trabalhamos cada vez menos com foices e martelos. Essa é uma
simbologia que remete ao século XIX. As imagens precisam se adequar às
realidades e, hoje, isso não é compreendido por um vasto segmento de
trabalhadores que, às vezes, nem sequer conhecem uma foice.
Diego
Emir
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