O Ministério Público do
Maranhão (MPMA) pediu a anulação do Concurso Público da cidade de Açailândia e,
na segunda-feira (13), o Poder Judiciário determinou a suspensão do certame. De
acordo com a investigação do MPMA, existem diversas irregularidades desde a
contratação (escolha da empresa) a execução contratual.
A empresa vencedora da
licitação para realizar o certame foi a Crescer Consultorias LTDA. Segundo
a promotora Glauce Mara Lima Malheiros, em ação que solicitou a suspensão
do concurso, a medida é justificada pela “absoluta incapacidade técnica da
referida instituição para a promoção do mencionado certame público”.
A decisão do poder
judiciário determina que o prefeito seja citado e também o representante legal
da Crescer Consultorias LTDA, empresa vencedora da licitação e que seria
responsável pela execução do certame. A Ação Civil Pública foi ajuizada pelo
Ministério Público no dia 02 de julho. Antes de emitir a ACP, o MPMA já havia
emitido uma recomendação para o município anular o processo licitatório
e indicou que a modalidade pregão era inadequada e a empresa não teria
capacidade técnica.
O MPMA juntou aos autos
cópia de Notícia de Fato enviada pela Procuradoria Geral do Estado afirmando
possível organização criminosa envolvendo a vencedora do pregão na realização
de concursos públicos em diversos municípios maranhenses.
“Existem, de fato, indícios
contundentes de que a empresa Crescer Consultorias LTDA esteja atuando junto a
alguns municípios maranhenses, inclusive em conluio com outra empresa do ramo,
fraudando procedimentos licitatórios, incluindo cláusulas ou exigências que
restringem a competição e direcionando os certames, a fim de que apenas as
empresas que compõem o esquema possam se sagrar vencedoras”, afirmou Glauce
Malheiros.
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
O MPMA constatou uma série
de semelhanças, especialmente, relacionadas aos requisitos de habilitação dos
concorrentes e até erros ortográficos. As características se repetem de modo
idêntico ou muito semelhante em todos, com pequenas diferenças.
“Não coincidentemente, em
todos esses procedimentos licitatórios sagraram-se vencedoras apenas duas
empresas, ora a Crescer Consultorias LTDA, ora o Instituto Machado de Assis,
instituições que, ao que indicam os autos, atuam em conluio junto a municípios
maranhenses, logrando vencer todos os certames dos quais participam”, avaliou
Malheiros.
O Ministério Público do
Maranhão destaca que o conluio entre as duas empresas se torna mais evidente
quando comparados os editais dos últimos certames dos Municípios de Tuntum, São
Domingos do Azeitão, Paço do Lumiar, Santa Inês, Açailândia, Caxias, Raposa e
Riachão. Em todos os casos foram vencedoras a Crescer Consultorias ou o
Instituto Machado de Assis.
Além da semelhança entre os
editais, até os erros de ortografia são idênticos. É o caso da escrita do
número “um”, grafado com a letra “h” (hum), classificado, assim, como
interjeição, indicando desconfiança, impaciência ou dúvida. O erro é repetido
em todos os editais em que as duas empresas venceram as licitações.
O edital apresenta, ainda,
uma série de erros gramaticais, palavras sem acentuação e/ou acentuação errada,
incorreções de pontuação, concordância, dentre outros.
Também foi descoberto que a
Crescer Consultorias e o Instituto Machado de Assis são registradas no mesmo
bairro de Teresina, no Piauí; e possuem o mesmo sócio administrador, Ayrton
Medeiros Rodrigues.
Além de todos os fatos, o
MPMA também constatou incosistências técnicas no edital para as vagas
oferecidas.
(Com informações do MPMA)
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